Relacionar as atividades desenvolvidas em Educação Física às experiências vivenciadas pelas crianças com as professoras-referência.
Estimular a fantasia das crianças de modo a motivar a participação e promover a ludicidade nas atividades de postura e locomoção.
Iniciar um diálogo sobre imaginação e realidade, e as diversas maneiras como os diferentes grupos sociais buscam explicar fenômenos que lhes são estranhos.
Abordar aspectos da anatomia e fisiologia humanas a partir da comparação com as minhocas: estrutura corporal, respiração, alimentação etc.
Mostrar questões ambientais cruciais para a sobrevivência das minhocas e extrapolar para os demais seres vivos.
Antes do filme: a escola organizou uma horta e coube a cada turma um canteiro, para plantar o que quisessem e cuidar. Nas semanas seguintes, as crianças visitaram, com as professoras-referência, uma fazenda dedicada à Educação Ambiental e, dentre outras coisas, tiveram oportunidade de conhecer um minhocário e, em seguida, visitaram a horta que dele se beneficiava.
No dia do filme: as crianças assistiram o filme (uma turma de cada vez), em rodinha relembraram as atividades citadas e nos dirigimos ao pátio para brincar de uma estafeta em que se reproduziria o deslocamento da minhoca. Após a brincadeira, conversou-se sobre as semelhanças e diferenças entre gente e minhoca: partes do corpo, hábitos de vida e alimentação, sempre reportando a questões apresentadas pelo curta Minhocas.
Na semana seguinte assistiram outro curta catalogado no site, "Como Surgiu a Noite". Conversou-se sobre a explicação dos índios para a existência dos dias e noites, relacionando com as explicações da família de Minhocas sobre o cavar para cima. Veio à tona a questão da curiosidade, que motivou os índios a abrir o côco e que provocou o acidente de Adônis, quando escondido foi à superfície. Depois seguimos ao pátio, para brincar de indiozinhos num pequeno bote (1, 2, 3 indiozinhos), substituindo o jacaré pela "Cobra Grande". No parquinho, enquanto uma parte da turma era passarinho, a outra era minhoca e precisava se esconder nos "túneis". Em rodinha, comparou-se minhocas e cobras. E conversou-se sobre a vida dos índios, a floresta e a preservação da natureza. Falou-se, ainda do dia da árvore, a ser comemorado em breve.
Na última semana do projeto, assistiram o curta Caçadores de Saci. Em rodinha, conversou-se sobre lenda e realidade, estabelecendo um paralelo com os diálogos de Minhocas. No pátio, brincaram de estafeta pulando como sacis. No parquinho, a casinha era a chácara do Onofre, assombrada por sacis. Outra parte da turma observava terras boas e ruins para minhocas.
As crianças apreciaram o filme do início ao fim, atentas aos diálogos e rindo dos "bordões". Riram muito quando Júnior achou que a superfície era o inferno e torceram para tudo acabar bem quando Júnior e seu pai Adônis, escapando do pássaro, rolaram em meio às pedras buraco adentro.
Durante as conversas, as crianças apresentaram várias informações que obtiveram em seus passeios com as professoras-referência, confrontando-as com as apresentadas pelo filme Minhocas, na perspectiva da imaginação x realidade - a "humanização" das minhocas, por exemplo. Lembraram de experiências familiares, também, com minhocas usadas de isca em pescaria ou de alimento para pássaros domésticos.
As brincadeiras que se aproveitaram da temática do filme superaram em animação: todos se envolveram, se transformaram e deixaram fluir a fantasia. Ludicamente executaram todos os movimentos fundamentais que constavam em meu planejamento de Educação Física para aquele período.
Do mesmo modo, a atividade reforçou alguns conteúdos relacionados à consciência corporal, especialmente o tronco. As crianças teceram paralelos entre seus corpos e os das minhocas, falaram de respirar, movimentar, alimentar e não esqueceram do xixi e cocô.
Ao caminharmos pelo parquinho, distinguiam as terras duras das fofas e propícias às minhocas. Ao se depararem com um amontoado de terra escura me explicaram que se tratava de uma mistura de cocô de minhoca que seria usada para "alimentar" as plantinhas da horta da escola.
Os demais curtas contribuíram para o imaginário e a ludicidade de outros movimentos fundamentais planejados e se encaixaram perfeitamente nas discussões provocadas com o curta Minhocas, conduzindo a uma constatação interessantes por parte das crianças: é preciso respeitar o que é diferente e ao mesmo tempo ser crítico em relação às explicações do mundo, pois algumas delas têm mais elementos de imaginação do que de realidade.